16 fevereiro 2010

Pessoa...



Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,
que já tem a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.

É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.

03 fevereiro 2010

Declaração de Revolucionários Culturais


Os Revolucionários Culturais…

-vivem, agem e trabalham com e não contra a natureza
-sabem que a vida é demasiado complexa para ser entendida a nível intelectual
-criam e apoiam economias locais e auto-reguladas
-valorizam e protegem a diversidade de qualquer tipo
-valorizam e praticam a interdependência, uma vez que sabem que nada é realmente independente
-consideram-se equivalentes a todas as formas de vida
-protegem e apoiam a vida
-amam e apoiam incondicionalmente as crianças
-trabalham em si mesmo para uma maior consciencialização
-estão familiarizados com os princípios ecológicos e integrám-nos nas suas vidas
-consideram a música e a dança como uma parte integrante da sua expressão e da sua comunicação
-vivem numa terra animada de vida e consideram-na como algo sagrado
-entregam-se e comprometem-se em benefício da sua comunidade
-sabem cultivar os seus próprios alimentos
-experienciam e apreciam a sua percepção sensorial
-celebram a vida
-cooperam
-deixam de pensar de forma “x ou x” para pensar de forma “x e x”
-partilham conhecimentos
-integrar o estar em processo como uma forma de ser e estar
-não se identificam com o seu corpo, nem com os seus pensamentos ou emoções
-vêem a mente como uma ferramenta
-apercebem-se de que não existe Bem ou Mal
-não se identificam com qualquer tipo de rótulo ou categoria social, nem com o seu passado ou o seu futuro
-estão conscientes de que a essência de quem eles são é a própria vida
-assumem a responsabilidade pelas suas emoções
-estão conscientes e valorizam as suas relações com tudo o que de vivo e aparentemente não vivo os rodeia
-valorizam e integram a sabedoria das mulheres
-valorizam e integram a sabedoria das culturas indígenas
-participam e investem em construir relacionamentos no lugar onde vivem
-valorizam o conhecimento generalista
-estão cientes que a mudança é um dos princípios fundamentais da evolução
-trabalham para a diversificação e descentralização
-evoluem do estado de consumidores dependentes para o de produtores responsáveis
-estão à procura de formas pelas quais os seus interesses e os seus talentos se possam desenvolver
-resistem e eventualmente desobedecem a qualquer lei que ilegalize formas de auto-governo, auto-produção e sustentabilidade
-estão informados sobre o actual sistema monetário e identificam-no como uma forma contemporânea de escravidão
-identificam e boicotam monoculturas biológicos, culturais, sociais e filosóficas
-boicotam monopólios de qualquer tipo
-questionam quem quer que promova uma única solução
-valorizam a ética ambiental e humana sobre qualquer tipo de maximização de lucros
-boicotam empresas e bancos que operem com fins puramente lucrativos e de maximização de lucros
-estabelecem terras e florestas como bem comum
-estabelecem a água como bem comum
-estabelecem a biodiversidade e o conhecimento como bem comum
-estão conscientes de que todo o tempo participam no processo de co-criação
-permitem que a vida se desenvolva através deles

Fonte: http://omvni.blogspot.com/

02 fevereiro 2010

Imbolc – A Promessa da Primavera

Imbolc ou Candlemas, como também é conhecido, ocorre no pico do Inverno.

Este é o tempo do ano em que a Terra se encontra fria. O sol está lentamente aumentando sua força a cada dia. A Luz Crescente é um sinal da promessa da Primavera. Imbolc é o festival que celebra a luz nas trevas.

É festejado no hemisfério Norte em 2 de fevereiro e no hemisfério Sul é celebrado em 1º de agosto.

A palavra Imbolc significa “no leite”, pois nesse período as ovelhas, vacas e cabras entravam em seu período de lactação e começavam a produzir leite. Isso era um indício claro da chegada da Primavera.

Imbolc marca as boas-vindas à Primavera, época em que a vida começa a acordar do sono firo do Inverno. Neste dia sagrado celebramos a fertilidade de todas as coisas.

Em Imbolc a Deusa Brigit, Senhora do Fogo, da vida, do conhecimento, da poesia, da fontes sagradas, era honrada por todos os celtas. Todos agradeciam por Ela ter mantido o Fogo da lareiras queimando durante as noites escuras e gélidas de Inverno.

Brigit é uma Deusa solar, associada com as árvores, as flores e o cantar dos pássaros e nessa época do ano, com a aproximação da Primavera, todos esses elementos começavam a dar seus primeiros sinais vitais de retorno.

Brigit tinha um santuário na antiga capital irlandesa de Kildare, onde um grupo de 19 Sacerdotisas mantinha uma chama eterna acesa em sua honra. Ela era considerada a Deusa do Fogo e a padroeira dos ferreiros. Era uma Deusa Tríplice, Guardiã da lareira e da família.

Esse Sabbat simboliza o tempo em que a Deusa está cuidando do seu bebê, a Criança do Sol (o Deus). Ela e seu filho afastam o Inverno. O Deus está crescendo forte e poderosos e isso torna-se cada vez mais visível nos raios de Sol que começam a dar seus primeiros sinais. A Deusa está recuperando suas forças do nascimento em Yule e isso é refletido na coloração verde das plantas e nos animais que começam a sair da hibernação. Agora a Deusa abandona o seu aspecto de Anciã e se transforma na Virgem das Flores.

Os Grandes Sabbats são conhecidos como Festivais de Fogo, pois é tradicionalmente acesa uma fogueira em suas celebrações. Imbolc é único em que o tempo frio impedia o acendimento de uma fogueira ao ar livre. As fogueiras de Imbolc tomavam forma então nas muitas velas e tochas acesas. Essa é a razão por que Imbolc é conhecido como Candlemas, que vem do Candle = “velas” associado a mas = “massa”, ou seja, “massa de velas”. As velas representam o pequeno fogo da Criança Sol (o Deus), crescendo em cada um de nós. Esse simbolismo das velas em Imbolc é extremamente poderoso, pois reafirma que a Divindade reside no interior de cada um de nós, bem como o poder de força de transformar as esperanças em realidade.

Imbolc era o momento em que cada vela, lamparina e tocha da casa era acesa para iluminar os caminhos, para que o Sol pudesse atravessar. Por toda a Europa, nessa época, eram feitas procissões com tochas, com a finalidade de purificar os campos e arados para o plantio na Primavera que se aproximava. Isso poderia ser interpretado como um rito de invocação ao Deus (Sol), para que fertilizasse e fecundasse a Terra, e entrasse em todas as casas com sua luza para que estas fossem prósperas e ricas.

Imbolc é o Sabbat da Purificação, por isso uma prática tradicional associada com esse Sabbat é a Varredura, na qual varremos nosso Círculo com Vassouras Mágicas, expulsando energias negativas, como azar, ressentimentos e coisas ultrapassadas de nossa vida. É comum também varrer toda a casa mentalizando o banimento do mal.

Imbolc é o momento ideal de banirmos todos os remorsos e culpas (sentimentos associados ao Inverno) e planejarmos o futuro para o próximo ano. Esse é um dos Sabbats mais poderosos, pois traz uma mudança pessoal profunda e transformadora. É tempo de limpar, lavar e purificar e se preparar para o crescimento e a renovação. Também é um período de sacrifícios voluntários do nosso Eu Exterior, pois é hora de banir o velho para que o novo possa entrar. Nesse Sabbat são feitas purificações com Fogo e Água, os principais elementos da Deusa Brigit.

É o momento de limpar e preparar nossas mentes e corpos para o ressurgimento. A Deusa está mandando embora os escombros do último ano com a sua sagrada Vassoura. Ela ocupará o espaço vazio com novas idéias e novos caminhos. Assim como Ela, temos que nos preparar e limpar o terreno para que o novo possa entrar em nossa vida.